DELÍRIOS II
Alquimia do Verbo
"Para mim. A história das minhas loucuras. Há muito me gabava de possuir todas as paisagens possíveis, e julgava irrisórias as celebridades da pintura e da poesia moderna. Gostava das pinturas idiotas, em portas, decorações, telas circenses, placas, iluminuras populares; a literatura fora de moda, o latim da igreja, livros eróticos sem ortografia, romances de nossos antepassados, contos de fadas, pequenos livros infantis, velhas óperas, estribilhos ingênuos, ritmos ingênuos. Sonhava com as cruzadas, viagens de descobertas de que não existem relatos, repúblicas sem histórias, guerras de religião esmagadas, revoluções de costumes, deslocamentos de raças e continentes: acreditava em todas as magias. Inventava a cor das vogais! - A negro E branco, I vermelho, O azul, U verde. Regulava a forma e o movimento de cada consoante, e, com ritmos instintivos, me vangloriava de ter inventado um verbo poético acessível, um dia ou outro, a todos os sentidos. Era comigo traduzi-los. Foi primeiro um experimento. Escrevia silêncios, noites, anotava o inexprimível. Fixava vertigens."
RIMBAUD, Athur. Uma Estadia no inferno. 2ª Ed. Tradução Ivo Barroso. Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira, 1983, p.91
terça-feira, 15 de março de 2016
sexta-feira, 11 de março de 2016
Montanha Silenciosa de Bill Viola
Por um momento de suspensão, em que os pés flutuam com a arte de Bill Viola: https://www.youtube.com/watch?v=vsUfMaXiANs
(especial atenção para o trabalho "Silent Mountain", um testemunho da
capacidade humana de resistir à autodestruição, a quietude depois do
grito)
The Prelude, de Wordworth
Manuscrito de O Prelúdio(1805), caligrafia da esposa Mary do escritor William Wordworth:
(18, caligrafia da esposa Mary:
http://www.bl.uk/collection-items/manuscript-of-the-prelude-by-william-wordsworth"Os guias, os guardas de nossas faculdades,
E intendentes de nosso trabalho, homens vigilantes
E hábeis com a usura do tempo,
Sábios, que na sua presciência controlariam
Todos os acasos, e ao caminho
Que criaram nos confinariam,
Como máquinas."
Aqui um tour inspirador pelos lagos ingleses:
http://www.bl.uk/romantics-and-victorians/articles/wordsworth-and-the-sublime
KUBLA KHAN Samuel Taylor Coleridge (1798), resgatado por Borges em "ruínas circulares"
En Xanadú se hizo construir
Kubla Khan un fastuoso palacio:
Allí donde el sagrado río Alfa discurría
a través de grutas inconmensurables para el hombre
hasta precipitarse en un mar sin sol.
Así pues, diez millas de terreno fértil
fueron cercadas de muros y torres:
y surgieron jardines en los que brillaban sinuosos arroyos
y donde crecían abundantes árboles del incienso;
y había bosques tan viejos como las colinas
rodeando los prados iluminados por el sol.
¡Mas, ved aquel romántico y profundo abismo abierto
en el costado de la verde colina, bajo la sombra de los cedros!
¡Qué lugar tan agreste! ¡El más sagrado y lleno de encantamientos
que jamás fue visitado bajo la luna menguante
por la mujer que clama por su demonio amante!
Y de este abismo, bullendo en incesante remolino,
como si la tierra respirara con ansioso jadeo,
brotó al instante un poderoso manantial;
y en medio de su repentino e intermitente impulso
enormes fragmentos de roca saltaban como el granizo
o como el trigo que se separa de la paja bajo los golpes del trillador;
y en medio del incesante resonar de las rocas que danzaban en el aire,
surgió a borbotones el sagrado río.
Trazando laberínticos meandros, a lo largo de cinco millas
discurría el sagrado río a través de bosques y valles,
hasta llegar a las cavernas inconmensurables para el hombre
y hundirse con estruendo en un océano sin vida:
y, en medio de este estruendo, oyó Kubla a lo lejos
las voces de sus antepasados que profetizaban la guerra.
La sombra del palacio deleitoso
se reflejaba en medio de las olas,
allí donde se oían los ritmos mezclados
del manantial y los abismos.
Era una maravilla de peculiar diseño
este palacio de deleites bañado por el sol sobre cavernas de hielo.
De una jovencilla que llevaba un dulcémele
tuve una vez una visión:
era una doncella abisinia,
y tocaba su dulcémele
mientras cantaba del monte Abora.
Si fuera capaz de revivir en mí
la música y la letra de su canción
me sentiría penetrado de tan profunda delicia,
que, con música aguda y prolongada,
sería capaz de construir en los aires el palacio,
¡ese palacio soleado! ¡esas grutas de hielo!
Y todos los que oyeran mi música los verían,
y gritarían todos: ¡Cuidado, cuidado!
¡Mirad sus ojos centelleantes, su cabello desmelenado!
Tejed tres veces en torno a él un círculo,
y cerrad los ojos con terror sagrado,
pues él se ha alimentado de ambrosía
y ha bebido la leche del Paraíso.
The Prelude,
quinta-feira, 10 de março de 2016
Métodos, de Francis Ponge
"As opiniões mais bem fundadas, os sistemas filosóficos mais
harmoniosos sempre me pareceram absolutamente frágeis... um sentimento
penoso de inconsistência. Não me sinto
nem um pouco seguro no que dizer numa discussão. As opiniões contrárias
me parecem quase sempre igualmente válidas; digamos, para sem mais
exatos: nem menos nem mais válidas. (...) Empregamos o tom de convicção
(e mesmo de sinceridade), me parece, tanto pra nos convencermos a nós
mesmo quanto para convencer o interlocutor, e ainda, para substituir a
convicção. De alguma forma, pra substituir a verdade ausente das
proposições emitidas. Eis o que sinto, no fundo. (...) Não consigo
entender como alguns conseguem se gabar delas. Para mim, é insuportável
querer impô-las."
Hamlet e a tempestade
"Há silêncio nos céus, as nuvens ficam imóveis,
Ventos selvagens passam mudos,
E a terra gira como morta, antes que súbito,
Brutal, um trovão gigantesco rasgue o espaço".
Hamlet/Shakespeare Ato II - texto recitado pelo Primeiro Ator
Ventos selvagens passam mudos,
E a terra gira como morta, antes que súbito,
Brutal, um trovão gigantesco rasgue o espaço".
Hamlet/Shakespeare Ato II - texto recitado pelo Primeiro Ator
Cadernos de Paul Klee digitalizados
The notebooks of Paul Klee,
all 3,900 pages that the Swiss-German artist used to teach art at
Bauhaus, from 1921 to 1931, are online.
The original documents, save eight pages, are held at Zentrum Paul Klee in Bern, Germany. Browse the pages of these foundational documents:
http://www.kleegestaltungslehre.zpk.org/ee/ZPK/BF/2012/01/01/001/
The original documents, save eight pages, are held at Zentrum Paul Klee in Bern, Germany. Browse the pages of these foundational documents:
http://www.kleegestaltungslehre.zpk.org/ee/ZPK/BF/2012/01/01/001/
A metafísica de Alberto Caeiro
V
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o solicitado
E a pensar muitas coisas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de
todos os poetas.
A luz do sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa.
Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores?
A de serem verdes e copadas e de terem ramos
E a de dar frutos na sua hora, o que não nos faz pensar,
A nós, que não sabemos dar por elas.
Mas que melhor metafísica que a delas,
Que é a de não saber para que vivem
Nem saber que o não sabem?
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o solicitado
E a pensar muitas coisas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de
todos os poetas.
A luz do sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa.
Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores?
A de serem verdes e copadas e de terem ramos
E a de dar frutos na sua hora, o que não nos faz pensar,
A nós, que não sabemos dar por elas.
Mas que melhor metafísica que a delas,
Que é a de não saber para que vivem
Nem saber que o não sabem?
(Alberto Caeiro)
Editora MINCHO Bogotá
Bettina Henni na Minchō Press, um projeto lindo autogestionado que esteve em exibição no EL PARCHE Artist Residency, Bogotá/Colômbia.
http://minchomag.com/
http://minchomag.com/
quarta-feira, 9 de março de 2016
Maestra del Bisso
Trabalho delicado de integração entre artifício e natureza, a última
mestra do "bisso", chamado também de fio da água. A não artesã e não
artista Chiara Vigo utiliza para sua tecelagem os filamentos produzidos
por moluscos que, em ambiente aquático, o utilizam para se prenderem às
paredes, onde filtram alimentos ou se reproduzem:
Esboço///
Osório: 20 lagoas, inúmeros caramujos > moluscos e conchas > corpo frágil que libera substância para sua fortaleza > Paul Valery - "O homem e a concha" > Piaget no início de seu trabalho de epistemologia observava os moluscos > a obra de arte como a concha do artista, que sobrevive ao seu corpo frágil (fluxo de pensamento)
Esboço///
Osório: 20 lagoas, inúmeros caramujos > moluscos e conchas > corpo frágil que libera substância para sua fortaleza > Paul Valery - "O homem e a concha" > Piaget no início de seu trabalho de epistemologia observava os moluscos > a obra de arte como a concha do artista, que sobrevive ao seu corpo frágil (fluxo de pensamento)
Dedicatória de Jorge Luis Borges a Elsa
Dedicatória de Jorge Luis Borges a Elsa Astete, sua primeira mulher.
Algum tempo depois ele fugiria de casa, sem coragem para discutir a
separação. C'est la vie! Quem diria!
"Todo presente verdadeiro é recíproco. Deus, de Quem recebemos o mundo, recebe de Suas criaturas o mundo. O que é uma dedicatória, o que é esta página? Não é o dom dessa coisa entre as coisas, um livro, nem dos caracteres que o compõem; é , de alguma maneira mágica, o dom do inacessível tempo em que foi escrito e, o que sem dúvida não é menos íntimo, do amanhã e do hoje. Só podemos dar o amor, do qual todas as outras coisas são símbolos. Elsa, é seu o livro. Para que acrescentar palavras vãs e laboriosas ao que nós dois sentimos?"
"Todo presente verdadeiro é recíproco. Deus, de Quem recebemos o mundo, recebe de Suas criaturas o mundo. O que é uma dedicatória, o que é esta página? Não é o dom dessa coisa entre as coisas, um livro, nem dos caracteres que o compõem; é , de alguma maneira mágica, o dom do inacessível tempo em que foi escrito e, o que sem dúvida não é menos íntimo, do amanhã e do hoje. Só podemos dar o amor, do qual todas as outras coisas são símbolos. Elsa, é seu o livro. Para que acrescentar palavras vãs e laboriosas ao que nós dois sentimos?"
Andares [Stockwerke] - trad. de Peter Bichsel por Jônatas Protes
Na falta de coisa melhor, podemos imaginar uma
casa, uma casa com quatro andares, com uma escada
que os une e separa, com um telhado; uma casa numa
rua, espremida entre outras casas, em terrno
valorizado, as janelas dando para a rua, a entrada
pelo saguão.
Ninguém iria morar no térreo. No térreo nunca se viu
alguém. No térreo fica a mesma porta marrom,
verniz lascado, vidraças opacas, cortinas de listras
azuis. No térreo, talvez, não more ninguém.
Primeiro andar: Porta marrom, verniz lascado,
vidraças opacas. Aqui mora alguém.
Segundo andar: Aqui também mora alguém.
E no terceiro andar está morando alguém.
Se alguém sai, alguém chega de mudança. No
primeiro dia sentimos o odor, farejamos a preferência
pelo alho, o odor de óleo do mecânico ou pó de serra
do carpinteiro, depois quem sabe o cheiro de fraldas
infantis, mas então, já no terceiro dia, o odor
pertence à casa, e ela volta a ser a casa com quatro
andares.
No segundo andar voltou a morar alguém.
Trocaram as plaquinhas da porta.
Um montador telefônico abre a caixinha embaixo do
corredor, altera os contatos e xinga, altera outra vez e
vai embora.
Vai ver tem alguém morando no térreo.
Na primavera, 4 de abril por exemplo, o sol projetou
um desenho nas escadas entre o segundo e o terceiro
andar, igual no ano passado.
A menina do terceiro andar bate à porta do segundo
e, tímida e educada, pede à mulher se pode pegar a
bola que caiu do terceiro andar na sacada do
segundo.
O sótão é dividido por ripas, cada andar tem sua
divisão, todas protegidas por cadeado; em segurança,
aqui também são guardados colchões velhos, álbuns
de foto, diários, espelhos.
Alguém varre o sótão a cada duas semanas.
Mascates começam tocando a campainha do último
andar. Depois que perguntam se alguém ainda mora
em cima, eles descem, tocam a campainha do
segundo, depois a do primeiro, depois a do térreo. A
esperança facilita a subida e, decepcionados, resta
apenas descer, escada abaixo. Mascates têm a ver
com casas.
Guardas florestais têm a ver com florestas. Mulheres
têm a ver com esperar.
Casas são casas.
casa, uma casa com quatro andares, com uma escada
que os une e separa, com um telhado; uma casa numa
rua, espremida entre outras casas, em terrno
valorizado, as janelas dando para a rua, a entrada
pelo saguão.
Ninguém iria morar no térreo. No térreo nunca se viu
alguém. No térreo fica a mesma porta marrom,
verniz lascado, vidraças opacas, cortinas de listras
azuis. No térreo, talvez, não more ninguém.
Primeiro andar: Porta marrom, verniz lascado,
vidraças opacas. Aqui mora alguém.
Segundo andar: Aqui também mora alguém.
E no terceiro andar está morando alguém.
Se alguém sai, alguém chega de mudança. No
primeiro dia sentimos o odor, farejamos a preferência
pelo alho, o odor de óleo do mecânico ou pó de serra
do carpinteiro, depois quem sabe o cheiro de fraldas
infantis, mas então, já no terceiro dia, o odor
pertence à casa, e ela volta a ser a casa com quatro
andares.
No segundo andar voltou a morar alguém.
Trocaram as plaquinhas da porta.
Um montador telefônico abre a caixinha embaixo do
corredor, altera os contatos e xinga, altera outra vez e
vai embora.
Vai ver tem alguém morando no térreo.
Na primavera, 4 de abril por exemplo, o sol projetou
um desenho nas escadas entre o segundo e o terceiro
andar, igual no ano passado.
A menina do terceiro andar bate à porta do segundo
e, tímida e educada, pede à mulher se pode pegar a
bola que caiu do terceiro andar na sacada do
segundo.
O sótão é dividido por ripas, cada andar tem sua
divisão, todas protegidas por cadeado; em segurança,
aqui também são guardados colchões velhos, álbuns
de foto, diários, espelhos.
Alguém varre o sótão a cada duas semanas.
Mascates começam tocando a campainha do último
andar. Depois que perguntam se alguém ainda mora
em cima, eles descem, tocam a campainha do
segundo, depois a do primeiro, depois a do térreo. A
esperança facilita a subida e, decepcionados, resta
apenas descer, escada abaixo. Mascates têm a ver
com casas.
Guardas florestais têm a ver com florestas. Mulheres
têm a ver com esperar.
Casas são casas.
A arte é como a vida, o que importa é fazer algo interessante com ela. Vila-Matas na Documenta
"A arte é como a vida, o que importa é fazer algo interessante com ela.
Alguma coisa com a neve e a luz e a madeira antiga e a corrente de ar
que ao rés do chão anuncia de imediato o outono; tudo isso reflete o
rastro que o instante deixa e nos concede o consolo de saber que a luz, a
chuva, a velha porta, a névoa no cais e o último pássaro, o vento e
aquela montanha, sempre foram admiráveis porque, ao contrário dos
demais, souberam persistir no seu ser." Vila-Matas
Leia na íntegra: http://www.peixe-eletrico.com/#!O-escritor-da-arte/cctx/55b0e3690cf24f011b654138
Leia na íntegra: http://www.peixe-eletrico.com/#!O-escritor-da-arte/cctx/55b0e3690cf24f011b654138
Expedição Philosophica pelas Capitanias do Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuyabá
Pérolas
da "Expedição Philosophica pelas Capitanias do Pará, Rio Negro, Mato
Grosso e Cuyabá", de Alexandre Rodrigues Ferreira, em 1827.
Fonte: http:// digital.museus.ul.pt/items/ show/2816
Representação do ninho de barro de Polybia singularis Ducke, 1909, vespa amazónica conhecida pelo nome popular de tamatiá-cáua. Pérolas da "Expedição Philosophica pelas Capitanias do Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuyabá", de Alexandre Rodrigues Ferreira, em 1827.
Fonte: http://
Representação do ninho de barro de Polybia singularis Ducke, 1909, vespa amazónica conhecida pelo nome popular de tamatiá-cáua. Pérolas da "Expedição Philosophica pelas Capitanias do Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuyabá", de Alexandre Rodrigues Ferreira, em 1827.
Travessias
Rosa Bonheur, "Changement de pâturages" (mudança de pastagens), 1868
As águas cobrem o bigode,
a família, Itabira, tudo.
(Viagem Na Família, Carlos Drummond de Andrade)
Outubro de 2015, Lagoa do Peixoto, Osório
As águas cobrem o bigode,
a família, Itabira, tudo.
(Viagem Na Família, Carlos Drummond de Andrade)
Outubro de 2015, Lagoa do Peixoto, Osório
Certa
vez Manoel de Barros escreveu: "Quero a palavra que sirva na boca dos
passarinhos". Eu acrescentaria: e na boca dos patos. Na calmaria da
lagoa, sem que eu desejasse nada, a não ser arremessar um texto
incompreensível para vê-lo boiar sem sentido, como um pequeno ruído no
espelho imenso de uma água sem ondas, fui surpreendida pela audácia dos
patos. Eles começaram a brincar com a linguagem feito criança a
balbuciar as primeiras palavras
Osório, Lagoa do Peixoto, julho de 2015.
Osório, Lagoa do Peixoto, julho de 2015.
Remembranças e Naegação Lacustre Osório-Torres - bibliografia sobre Osório
Eis q acabam de chegar às minhas mãos essas duas pérolas:
Obrigada Vanda Moraes e família!
Adorei o cap. 14... Pequeno dicionário informal de objetos e palavras desaparecidas do falar arroiense, ou quase.
Obrigada Vanda Moraes e família!
Adorei o cap. 14... Pequeno dicionário informal de objetos e palavras desaparecidas do falar arroiense, ou quase.
Bibliografia sobre Porto lacustre Osório-Torres
Orvalho tecido na manhã, entre Caymmi e a sabedoria da aranha
O vento que faz cantigas nas folhas e leva com ele o orvalho tecido na manhã.
https://www.youtube.com/watch?v=TECgc3sZTko (Dorival Caymmi)
https://www.youtube.com/watch?v=TECgc3sZTko (Dorival Caymmi)
Don't Sleep, There Are Snakes: Life and Language in the Amazonian Jungle
Os Pirahã não tem horário fixo de sono, dormem quando o sono vem,
sempre há alguém acordado na tribo. Em um lugar cercado por cobras, essa
"falta de regra" colabora com a regra maior de manutenção da vida.
Daniel Everett, antigo aluno de Chomsky, colocou em xeque a teoria da
regra universal aplicável a todas as línguas faladas no mundo. Os Pirahã
(tribo da Amazônia) usam apenas oito consoantes e três vogais, mas o
seu idioma possui grande variedade de tons, sílabas longas e sílabas
fortes, e eles podem usar recursos como cantar, cantarolar baixo ou
assobiar conversas inteiras. Os fonemas incluem também sons lamentosos
nasais, respirações curtas e precisas e sons feitos com estalos
ou simplesmente por bater os lábios. As diferenças de significado entre
palavras pode depender apenas de mudanças de volume: "amigo" e
"inimigo" diferem apenas no volume de uma única sílaba. Os Pirahã também
não têm palavras para designar números ou quantidades – termos como
"tudo", "cada um", "cada", "muito" ou "pouco" -, algo que era
considerado comum a todas as línguas. https://www.youtube.com/watch?v=v7Spzjh9QgA
No útero da linguagem - instalação de Lilian Maus, 2015
A instalação "No útero da linguagem", foi apresentada por mim no espaço Complex, para o projeto Adidas/Superstar - Porto Alegre, no dia 3 de outubro.
O poeta francês Francis Ponge costumava dizer que descobriu a poesia como um método para fazer as coisas mudas falarem. Foi assim que escreveu “O partido das coisas”, obra em que se alegrava dando ao mundo formas arbitrárias e banais, tais como a esponja da sua banheira ou um buraco de fechadura com uma chave dentro. Em sua poesia, Ponge costumava resgatar não aquilo que brilha e salta aos olhos, mas aqueles objetos que costumam se perder na periferia opaca do olhar.
Talvez hoje, nas cidades, tenhamos restringido aos observatórios astronômicos o culto antigo de observação dos astros. As estrelas não ditam mais nosso destino, elas nos parecem mais opacas. Não apenas nossas casas e ruas iluminadas à noite ofuscam o seu brilho, como também nossos iphones e smartphones passaram a produzir constelações de outra ordem, em que um simples clique no touch screen concretiza a celebração de uma nova estrela, cuja existência não ultrapassa, por vezes, a casa dos segundos.
À medida que nossa codificação do mundo avança, acabamos nos afastando dos nossos referentes. No entanto, a poesia tem esse poder de nos fazer retornar, de provocar certos desmoronamentos na linguagem, a ponto de abrir fissuras nas palavras. A instalação “No útero da linguagem” brota dessas rachaduras comuns à poesia e à linguagem dos infantes. E faz dos escombros do termo “superstar” um possível abrigo e simulacro celeste, onde torna-se possível uma prosa do mundo, em que corpo, mente, palavras e coisas convivem e se desdobram no espaço, como um crochê alinhavado aos poucos.
Desenhar é minha mandala
"Assim pela escritura desço ao vulcão, me aproximo das Mães, me conecto
com o Centro - seja o que for. Escrever é desenhar minha mandala e ao
mesmo tempo percorrê-la, inventar a purificação purificando-se; tarefa
de pobre chamán branco com cuecas de nylon." Julio Cortázar // Fotos
abaixo do meu querido e talentoso amigo Raul Krebs.
Entrevista com Bill Viola
Indicação de Mário Furtado Fontanive,
recomendo! Uma bela entrevista com Bill Viola, que um dia foi uma
criança introvertida, como tantos de nós. Lembrando que a realidade
contempla também esses mundos fantásticos que criamos em nosso anterior,
nem toda verdade está lá fora:
Maloja Snake: a serpente do tempo (filme de Arnold Fanck, 1924), a montanha de Nietzsche
Das Wolkenphänomen in Maloja are so well-known that some of them have
names, such as the Maloja snake, a cloud bank that winds its way through
the Alpine pass like a river. Clouds pass overhead, Fanck films them,
just sufficiently to get the idea, among the crags of the Engadine, and
gradually he connotes the wider scene, peopling the solitude and
stillness below with a person or two, boating.
Der Film widmet sich dem Naturschauspiel der Wolkenbewegungen hoch über den Gipfeln der Engadiner Bergwelt. In ausgedehnten Fotostudien zeigt der Film vor allem die ungewöhnlichen Wolkenformationen rund um den Engadiner Malojapass, die durch besondere Luftausgleichsströmungen entstehen. Feuchte Luft verwandelt sich in Wolken und wird wie in einem Wasserfall über den Malojapass gedrückt (siehe auch Maloja-Schlange), während darüber die Sonne scheint. Der Nordwind treibt die höher gelegenen Wolken gegenläufig wieder nach Süden. Nach und nach wird die Stille und Einsamkeit der Szenerie mit Aufnahmen von zwei Bootsfahrern konnotiert, die im Angesicht der imposanten Bergwelt auf einem See fahren.
Der Film widmet sich dem Naturschauspiel der Wolkenbewegungen hoch über den Gipfeln der Engadiner Bergwelt. In ausgedehnten Fotostudien zeigt der Film vor allem die ungewöhnlichen Wolkenformationen rund um den Engadiner Malojapass, die durch besondere Luftausgleichsströmungen entstehen. Feuchte Luft verwandelt sich in Wolken und wird wie in einem Wasserfall über den Malojapass gedrückt (siehe auch Maloja-Schlange), während darüber die Sonne scheint. Der Nordwind treibt die höher gelegenen Wolken gegenläufig wieder nach Süden. Nach und nach wird die Stille und Einsamkeit der Szenerie mit Aufnahmen von zwei Bootsfahrern konnotiert, die im Angesicht der imposanten Bergwelt auf einem See fahren.
Cineastas Mulheres
Descobri hoje grandes cineastas mulheres que eu não conhecia, como a
pioneira francesa Alice Guy-Blaché (1873-1968), que dirigiu mais de 700
filmes, a maior parte deles perdido hoje pela deterioração do tempo.
Contribuição importantíssima para a história do cinema.
https://www.youtube.com/watch?v=CYbQO6pwuNs
https://www.youtube.com/watch?v=CYbQO6pwuNs
Colección Bachué y Espacio El Dorado/Bogotá
El mito de Bachué se ha convertido en una interesante colección:
http://espacioeldorado.com/
https://www.instagram.com/espacioeldorado/?hl=si
Artistas viajantes - acervo do Banco de la República (Colombia)
Para quem se interessa pelo tema artistas/viajantes, vale a pena
conferir o acervo digitalizado do Banco de la República (Colômbia)
http://www.banrepcultural.org/blaavirtual/impresiones_viaje_america/la_obra
http://www.banrepcultural.org/blaavirtual/impresiones_viaje_america/la_obra
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