quarta-feira, 24 de junho de 2009
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Estudo para a série Películas
Fazer faxina em casa lavando pratos, mexendo na água, varrendo, tudo isso costuma me dar ideias. Esse trabalho solitário normalmente torna-se visível apenas em sua ausência, com o excesso de sujeira acumulada. Hoje ele permitiu-me sentir a bela sintonia entre o ritmo das mãos e do pensamento.
Lembrei agora de um amigo que fala que, por sua vez, tem uma outra amiga que diz: "Kant é bom até pra ariar panela".
Acabei fazendo alguns estudos para uma nova série de trabalho. Provavelmente a série se chamará Películas.
terça-feira, 16 de junho de 2009
Microcosmo reinventado
Jemapur | Clarte from Genki Ito on Vimeo.
The latest film by W+K Tokyo Lab creator, Genki Ito.
A curiosity toward science unfolds into an unknown world...
Taking as its inspiration the sub-atomic world of a nuclear fusion reaction,
Clarte visually re-imagines this microcosm into a beautifully poetic
animation, pulsing and flowing along with Jemapur’s dark and textured sound.
Experimenting with HDV recording, analog footage of milk floating on water,
sediment in rotten wine, and caustics from reflected projector lights were
all incorporated into the digital animation.
Brincadeiras
O encanto da projeção
Subindo em portas
Quem nunca se deixou levar pelo encanto da penumbra? Pelas imagens soltas que surgem na mente ao fechar os olhos.
Um amigo me enviou hoje um fragmento de um livro sedutor:
SENNETT,Richard. O Artífice. Rio de Janeiro, Ed. Record, 2009 pág.233
Este trecho me caiu feito luva:
Na ideia de imaginação de Thomas Hobbes, por exemplo, voltamo-nos para sensações que já experimentamos no passado. "A imaginação", dizia ele, "nada mais é que o sentido em decomposição." Uma vez removido um objeto que nos estimulou "ou fechado o olho, ainda retemos uma imagem da coisa vista, embora mais obscura do que a vimos".
Sobre o assombro:
Os gregos antigos expressavam o assombro na palavra poiein, que deu origem a fazer. No Simpósio, Platão diz que "o que passa do não ser ao ser é uma poesis", uma causa de assombro. O autor moderno Walter Benjamin usa outra palavra grega, aura — "banhando na própria luz" — para designar o assombro ante a existência de uma coisa. Podemos nos assombrar com frescor, livres de qualquer complicação inicial, com coisas que não fizemos; no caso das coisas que fazemos, contudo, é necessário preparar o terreno da surpresa e do assombro.
Subindo em portas
Quem nunca se deixou levar pelo encanto da penumbra? Pelas imagens soltas que surgem na mente ao fechar os olhos.
Um amigo me enviou hoje um fragmento de um livro sedutor:
SENNETT,Richard. O Artífice. Rio de Janeiro, Ed. Record, 2009 pág.233
Este trecho me caiu feito luva:
Na ideia de imaginação de Thomas Hobbes, por exemplo, voltamo-nos para sensações que já experimentamos no passado. "A imaginação", dizia ele, "nada mais é que o sentido em decomposição." Uma vez removido um objeto que nos estimulou "ou fechado o olho, ainda retemos uma imagem da coisa vista, embora mais obscura do que a vimos".
Sobre o assombro:
Os gregos antigos expressavam o assombro na palavra poiein, que deu origem a fazer. No Simpósio, Platão diz que "o que passa do não ser ao ser é uma poesis", uma causa de assombro. O autor moderno Walter Benjamin usa outra palavra grega, aura — "banhando na própria luz" — para designar o assombro ante a existência de uma coisa. Podemos nos assombrar com frescor, livres de qualquer complicação inicial, com coisas que não fizemos; no caso das coisas que fazemos, contudo, é necessário preparar o terreno da surpresa e do assombro.
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